Havia um rei que se orgulhava muito de sua linhagem e que era conhecido por sua crueldade com os mais fracos. Certa vez, caminhava com sua comitiva por um campo, onde, anos antes, havia perdido seu pai em uma batalha. Ali encontrou um homem santo remexendo uma enorme pilha de ossos.

O rei, então, intrigado, perguntou-lhe:

— O que fazes aí, velho?

— Honrada seja Vossa Majestade, disse o homem santo. Quando soube que o Rei vinha por aqui, resolvi recolher os ossos de vosso falecido pai para entregar-vos. Entretanto, não consigo achá-los: eles são iguais aos ossos dos camponeses, dos pobres, dos mendigos e dos escravos.

Na breve lição dada pelo homem santo somos lembrados que, todos nós – sejamos ricos ou pobres, mendigos ou reis – somos iguais.

O rei, vaidoso, se achava acima de todos os homens, e acabou aprendendo uma lição de humildade importante: as ossadas do pai eram afinal exatamente idênticas a dos camponeses, pobres, mendigos e escravos.

A moral da história aqui é que nenhum de nós é melhor que o outro apenas por ocupar um cargo superior.

Histórias adaptadas do livro Contos tradicionais, fábulas, lendas e mitos (Ministério da Educação, 2000) e da Coletânea de Fábulas de Botucatu, distribuída pelo Governo de São Paulo.